Importante

Todos os textos do blog, em prosa e verso, a não ser quando creditado o autor, são de minha autoria e para serem usados de alguma forma, necessitam de prévia autorização.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

As boas ínfimas coisas


Fome de viver...título de um filme de vampiros da década de 80 com Catherine Deneuve e David Bowie e dirigido por Tony Scott, irmão do Ridley, o que dirigiu Blade Runner. Mas a fome de viver da vida real remete a valorizar a vida, a fruir cada instante dela como se fosse o último, a de viver cada dia como se ele fosse único – e de fato o é – e especial.

Acabamos nos distanciando disso e o trabalho, as preocupações, os compromissos, os adiamentos, os planos engavetados, as desculpas pra nós mesmos de que não temos tempo, vão de certa forma nos enchendo e pesando a mala que carregamos no nosso caminho da vida e vamos vestindo roupas sobre roupas e máscaras sobre máscaras, nos perdendo de quem essencialmente somos.

Há que sobretudo desnudar a alma, antes mesmo do corpo. Há que viver, pagar pra ver, tentar, se arriscar, mesmo que o medo esteja presente. Ter coragem não é não ter medo. É ter medo, mas saltar. Estamos vivos. Vivamos então. Nunca é tarde demais.


Arisca

Ela se expande
e se retrai
Pequena, grande
de eu querer mais

Nunca a prevejo
Tão inquieta
que num lampejo
é curva a reta

Em culminâncias
e desmesuras
pleno de ânsias
cubro-a de juras

Mas me escorrega
por entre os dedos
Revela e nega
cada segredo

Tanta surpresa
que me fascina
Quanta beleza
velha e menina

Contraditória
Doida, atrevida
Trevas, luz, glória
Esta é a vida!
                                                                                                                       
                              

Um comentário:

  1. Maravilha! Temos de ler esse texto diariamente como um mantra justamente para não deixarmos que o lado B da vida nos engula. Bjs

    ResponderExcluir