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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Confluências


Não sou um típico folião, talvez nem um típico carioca, mesmo sendo um assumido eterno enamorado dessa cidade feminina e sedutora que é o Rio de Janeiro.

Mas eu adoro música e o carnaval na minha cidade resolveu nos contemplar com a diversidade e lá fui eu, curioso que sou, atrás do Bloco do Sargento Pimenta, um bando e uma banda de jovens músicos que resolveram inovar com as canções dos Beatles em ritmo de samba e marchinhas. O resultado é lúdico, nostálgico, alegre e bonito. Nostálgico pros da minha geração, mas não pras pessoas de 20, maioria por lá. Me espanta e contenta ver gente dessa faixa etária cantando com desenvoltura e intimidade as canções compostas há cinquenta anos, sabendo-as de cór, coisa que eu mesmo não sei mais. Minha filha, com 22 anos, é uma beatlemaníaca que nasceu bem depois de os Beatles terem se separado.

E me parece que lá, pra uma imensa maioria, estava o melhor de dois mundos, aquele sincretismo afro-bretão levado ao altar da celebração. Daí me lembrei que outro dia poetei exaltando o frevo. Faz tempo compus uma canção que falava de misturas de ritmos e culturas e quero então compartilhar a letra, na carona dessa globalização do bem, que conflui, funde, entrelaça, mas sem matar as singularidades de cada cultura regional.



Divina com-fusão


Quero ser universal
ser infantil, ser sensual
Botar a avó pra dançar
Quero gregos e troianos
Bruxos, gringos e baianos
Batucada geral

Nem quero saber se é pós-moderno
Rasga o jeans
ou usa terno
Eu quero a eterna fusão
Sintetiza essa cuíca
Bota salsa nessa valsa
numa rica invenção

Funkalipsamblues
Sinforrock
Frevalsalsoul

Eu sempre amei o meu país
Mas não quis criar raiz
Caretas, torçam o nariz
pra essa mistura que eu fiz

Funkalipsamblues
Sinforrock
Frevalsalsoul



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