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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Menos sendo mais II (outro soneto "monossilábico")

Vertical é cachoeira. É voo de gaivota em busca do peixe. Pincelada de Pablo Picasso. Olhar de Michelangelo pintando sua Capela Sistina. Sobe e desce sutil das teclas de um piano. Ponteiros do relógio marcando as seis e o meio-dia.

Nossa relação com o divino, acuada, de esguelha, faz dessa verticalidade enviesada o prelúdio da solidão de Deus. Sejamos pródigos e nos compadeçamos dele. Que ele, sorridente, use a Lei da Gravidade que inventou, para cair dos céus e desfrutar mais das suas criaturas e findar seu distanciamento silencioso, neutro e solitário. E isso se torne mais horizontal.

Quem sabe assim, a teu alcance, esteja o ateu que assim te alcance...



Sem rei nem réu


Com a tez sem cor
Ar de ser tão só
Lá no mar de pó
Jaz um deus em flor

Fez o mar dar nó
Fez um lar do Caos
Leis do Bem e Mal
Riu da dor de Jó

Só que foi tão bom
que nos deu o dom
Voz do sim e não

Já não há mais céu
Nau sem rei nem réu
Nós e o deus no chão


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