Importante

Todos os textos do blog, em prosa e verso, a não ser quando creditado o autor, são de minha autoria e para serem usados de alguma forma, necessitam de prévia autorização.

terça-feira, 20 de março de 2012

O versátil ver sutil

Por vezes me ocorre que minha visão não muito acurada desde criança contribuiu para a minha visão como poeta. Como o alcance da minha vista sempre foi relativamente pequeno, fui obrigado a compensar isso com a imaginação. Some-se a isso o poder que nosso olhar, subjetivo por natureza, tem de se apropriar do que ele abarca. Um narrador de histórias, prosador, poeta, contador de “causos”, cantador, repentista, enfim, vai mentindo verdades a quantos lhe ouçam ou leiam.


Sim, porque a verdade pertence a cada um e mesmo quem a aceita e acolhe, vai criar um registro de imagens e sons todo seu, certamente diferente do de quem contou. A mente não é uma câmera digital, é muito mais um artista que compõe retratos a pinceladas surreais, impressionistas, expressionistas, abstratas. Isso vale também para os sons e palavra é som que evoca imagens. O telefone sem fio da brincadeira infantil é um bom exemplo disso.

Escritores têm seu próprio e singular sistema de telefonia sem fio e processador de imag(em)inação de alta resolução onírica e lírica, capazes inclusive de fingir que é dor, a dor que deveras sentem, entre outras prestidigitações literárias mas não literais.


Nenhum comentário:

Postar um comentário