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sexta-feira, 30 de março de 2018

Rapidamente


O pensamento é o mais livre dos rebeldes com ou sem causa.       
Ele é silencioso. Não precisa necessariamente de lógica. Nada pode tolhê-lo, a não ser ele mesmo. E ele tem dons. Um bastante frequente é o de imaginar. E de criar também. Dons que o fazem poderoso. Mais veloz que a luz. Sim, porque a luz longínqua, por mais veloz, tarda a chegar, enquanto o pensamento não só chega a lonjuras mais rápido, como vai além, quando se antecipa ao que ainda não é, ainda será.

O pensamento nos apazígua ou atormenta, de acordo com escolha ou circunstância, mas seja como for, nos pertence e ninguém pode tirá-lo de nós. São nossos e só se o quisermos, compartilháveis com os outros. Assim como nossos delírios, lembranças, ideias ímpares e banais.

O medo, a angústia, saudades, são alguns sentimentos aliados do tempo na sua tentativa de nos subjugar, mas se a mente pensante prevalece, não existe veículo ou fenômeno natural mais veloz pra nos levar a qualquer lugar instantaneamente, sem que precisemos nem fechar os olhos.

Pensa só...

Rapidamente


Se à noite o tempo é lento
que inspire o pensamento
a luz que empurra o tempo
a ligeireza induz
E mais veloz que a luz
que cruza o firmamento
a mente se antecipa
ao tempo e então produz
um céu que ainda não é
a luz que então será
e cria assim do nada
a velha nova lenda
jamais predestinada
que a todos surpreenda
na senda sem estrada

E o tempo então recua
Se esquiva em ricochete
Ou finge-se de Agora
de Esfinge, de foguete
O Sol prateia a Lua
tão logo vai-se embora
Mas isso não distrai
a mente, deus-mulher
que simplesmente vai
pro mundo que quiser
em menos de um instante
pra lá do mais distante
no amanhã, no antes
montada em Pensamento
seu mais veloz invento
faz vir qualquer momento
qualquer tempo e lugar

E perto do infinito
ali no cruzamento
do novo com a memória
no âmago inaudito
o pensamento dança
encontra seus iguais
E bebem da lembrança
E vão além dos astros
em busca do não sido
E as luzes são só rastros
de pensamentos idos
etéreos viajantes
mais leves do que o ar
No escuro tão brilhantes
Pra trás e pra adiante
o tempo a derrotar

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