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sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Paixão pelas paixões


Sou um libriano que sempre ouviu o clichê que atribui aos nascidos sob esse signo equilíbrio. Na verdade os librianos buscam esse equilíbrio que é dinâmico e inconstante, como aliás a própria vida. A busca é que nos norteia e motiva, não a preservação de um equilíbrio inato e pré-existente.


Dentre essas oscilações humanas, tem relevo a paixão.  Somos desde sempre movidos a paixões diversas, não só a romântica entre duas pessoas. As paixões humanas moveram a História, determinaram rumos sociais e políticos, produziram marcantes avanços científicos e grandes obras de arte, tudo bem representativo do espírito do Homem.

As paixões nos iluminam ou nos empurram abismo abaixo, ou seja, desequilíbrio puro (ou impuro?). Tem algo na gente que nos impele a isso, como se no fundo precisássemos de extremismos pelo menos esporádicos pra nos sentirmos vivos. Os monges orientais certamente não se identificariam com esse texto, mas talvez eles sejam exceções nesse nosso mundão de sete bilhões de almas.

Por paixões, morre-se, inventa-se, viaja-se, jejua-se, enlouquece-se, descobre-se, trama-se. E até mesmo escreve-se ardentes e arrebatados poemas de amor! Amores amenos produzem também suas histórias e poesia, mas não creio que se situem entre os melhores textos poéticos desse tema tão recorrente na Literatura mundial.

O poema que escolhi com certeza não é dos meus mais derramadamente amorosos, mas tem veemência e um tom de revolta passional vertido no chamado discurso direto, onde o autor se dirige ao outro e traz também umas “pegadinhas” semânticas que lhe dão uma certa irreverência que contrasta com a virulência que o permeia. A começar pelo próprio título de duplo significado.




Desvenda


Intruso, saltimbanco
Irado, anjo torto
Invado e te arranco da zona
de conforto
em que te encontras
sua tonta
Bem no cais do porto
seguro, cercado de muros

Se a vida te clona
Faz de ti outra quase igual
Te trago de volta à tona
Que quero a original





3 comentários:

  1. Muito bonito e original ao contexto atual dos padrões que movem a paixão humana.

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  2. Uma libriana se identificando com o texto...rs. Incrivel!

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  3. Uma libriana se identificando com o texto...rs. Incrivel!

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