Importante

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sábado, 30 de maio de 2015

JRD e a rítmica

Amigos, dessa vez o blá blá blog tá diferente.         Sou eu de viva voz tecendo comentários e recitando uns poemas!

Abraços e saudações poéticas!


sexta-feira, 22 de maio de 2015

Arrebatamentos - o "making of" do livro


O "making of" do meu livro de poesia narrado de uma forma...poética.

Fronhas forram sonos e sonhos se enfronham na mente premente e se adensam em ideias que se tornam projetos e objetos de desejo mesmo ainda só no ensejo do concreto e o teto se abre p’rum céu de possibilidades e realidades e se sai da ostra pra ser pérola que encanta.

Salvo engano faz um ano que a querida amiga que muito liga pra mim, este arlequim que vos fala, minha fada-conselheira faceira Plátina Alana sugeriu livro meu e assim surgiu num momento esse arrebatamento de livrolivre e seus outros inventos como um vento de frescor e calor da criação e não pude mais adiar propagar na terra e no ar esse meu microuniverso de versos diversos e suas imagens, viagens, sons, música, metáforas, metádentros, espantos, prantos, dores, humores, guizos, risos, afetos inquietos, veemências, demências e uma ou outra vez, sensatez.

Poemas mais de mil, miríades de temas do denso ao sutil e sem pressa essa seleta se fez meta em retas curvas feito chuva funda que fecunda o grão que germina a epifania da poesia. Cento e um poemas textos testamentos pretextos sedentos pedaços do poeta que falam por si frenesi pensointenso muitossinto.

Um ano em que esse fulano tramou em segredo com medo e coragem de manhã cedo ou tarde sem alarde com paixão pra desaguar nesse jaguar que salta com presas poéticas na jugular do leitor e com ele faz amor de lirismos abismos risadas nadas e tudos formas conteúdos remos e extremos com vida que convida ao voo rasante ou vertical que recusa o frugal.


Tempestades de açoite nas noites de silenciosa incerteza mas a beleza do evento sobreveio e o veio aflorou em arrebatamentos pra gravar a pedra em fogo Marte e Vênus não amenos não fazendo por menos que incandescer e ascender à pira do poético fundação nascimento razão emoção num mesmo momento e meu livro é livre pra se dizer com prazer e pro prazer de quem o ler e ele está feliz de nascer poemar tanta vez e brindar com vocês.

Para maiores detalhes sobre como adquirir o livro, acesse benfeitoria.com/arrebatamentos



sexta-feira, 15 de maio de 2015

Pérolas


Irreverente, Romário, provocado por jornalistas a comentar críticas de Pelé a seu respeito, usou do seu cortante sarcasmo e disparou: Pelé, calado, é um poeta...
Irreverências à parte, Romário acertou em cheio, porque com a bola nos pés, mesmo sem falar nada, Pelé foi um poeta. Seus dribles e gols foram achados poéticos dignos de um Fernando Pessoa ou Manoel de Barros, luminosos e surpreendentes. Arte pura.

A poesia está impregnada tanto num soneto de Shakespeare como em cenas do cotidiano. Por isso o olhar (também o ouvir) é coautor nisso. O aleatório e o planejado, a Natureza e o homem podem ser poéticos.

Augusto Ruschi, o cientista brasileiro que foi a maior autoridade mundial em orquídeas e colibris e convivia com eles numa reserva ambiental no Espírito Santo pra mim foi um poeta. Não sei, mas acredito que ele nunca tenha arriscado escrever alguns versos, Mas seu trabalho e sua vida foram uma singular mistura de ciência, paixão e poesia.

Bach fez poesia com sua harmonia barroca, Chaplin fez o mesmo no cinema ainda mudo. Wim Wenders faz o mesmo com Asas do desejo e Paris, Texas. Van Gogh e Picasso idem com os pincéis. O Aleijadinho, com seus cinzéis precariamente amarrados ao que restou dos seus braços, esculpiu xilopoemas. Edu Lobo e Chico Buarque fazem poesia duplamente em canções primorosas como Beatriz e Valsa brasileira.

Somos sortudos e privilegiados de conhecer essas pérolas que enfeitam o colo das nossas almas.

Risco                      

Pela
tela
nua
e crua
arisco
no inquieto traço
Picasso
corria o risco
E ela
a tela
ria
e chorava
Sangria
e lava
Parceria
nem sempre terna
Eterna

                                                                              

sábado, 9 de maio de 2015

Vida, vol. II


Não é só amar alguém, ou amar uma causa, uma ideia, um lugar. É também amar ínfimas coisas, mesmo banais, mesmo repetitivas. Poderíamos recuperar da memória uma série de pequenos prazeres, alguns até nunca compartilhados, manias, idiossincrasias, recompensas e fazer uma lista deles, que certamente não seria curta.           
        
Prazeres de variadas naturezas, dos sentidos e da alma. Acredito que nascemos pra isso. E como tal, somos aparelhados pelos instintos para obtê-los. Penso que a pulsão de vida predomina largamente sobre a pulsão de morte.

Tudo isso nos move. A sonhar, elaborar, falar e, às vezes, agir. Somos apegados à vida e a nossos amores e paixões, grandiosos ou minúsculos. Abusamos da fragilidade da vida, porque não nos contentamos, somos pouco aptos às grandezas da renúncia, da frugalidade e do despojamento. A não intensidade traz à vida matizes pastéis e essa palidez se reflete em nosso semblante. Se a corda é bamba, é também arco-íris que nos leva ao pote de ouro, mesmo quando ele é só miragem.

Carpe diem



                                                                                                ilustrações de Ana Eliza Frazão                                        

                                                                                        

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Vida, vol. I





Quantos ursos pandas!
Nem mil vivos e milhões
de pelúcia nas varandas







Uma das temáticas para mim mais caras, que estão sempre me inspirando, é a própria vida. Seja numa flor nascida no granito, um bebê que sobrevive nos escombros de um terremoto, uma tigreza que adota na selva um filhote órfão de chimpanzé, lambendo-o em vez de devorá-lo, seja o simples cheiro de terra que sobe no início de uma chuva forte de pingos grossos que eu abro a janela para ver e sentir. A vida está sempre nos gritando a sua existência, a dela, e com isso, a de cada um de nós.

Existem mares maravilhosos, mas a vida não é só um mar de rosas, nem para os escapistas de plantão. Mas isso se deve a confundirmos a vida da Natura com a vida da Cultura, esta sim, dura, cruel, confusa, nonsense , que é constructo do homem, escolhida, moldada e retorcida por nós. Não por acaso temos visto florescer Greenpeaces e WWFs, esforços para salvar o planeta e também uma forma de mostrar ao homem que Cultura e Natura podem e devem conviver.

E em meio a perplexidades, imensas cidades, revoltas dos elementos, vivemos de horrores e maravilhas, ciência, arte, política, estupidez, genialidade, tédio, euforia, choro, riso. Paixões.

Mas acabo de me lembrar que sou poeta e verdades de poeta podem ser delirantes. Esta advertência só não vale para os imprudentes...


Colombina                                       



A vida é um deus enfraquecido no tendão
Um calcanhar que mesmo Aquiles não previu
Fragilidade de um gigante tão viril
Do indivíduo em coletiva solidão

A anatomia emocional é mais mutante
Em nós mortais o calcanhar é no peito
Que se esvazia tão deserto quanto o leito
Na eterna espera em vão do fugidio amante

A vida é a luz de um monitor que sobe e desce
A pulsação da estrela anã dos confins
Poeira cósmica que elétrons resplandece

Musa veloz de pierrôs e arlequins
É colombina essa vida que enlouquece
E ao mesmo faz chorar e rir sem fim