Importante

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sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Em comum incomum



Antigamente, e até pouco mais de uma década atrás, por volta de 1997 A.I. (Antes da Internet), o artista era uma ilha. Criava numa reclusão só rompida quando se navegava até a ilha pra tomar ciência da sua produção. Toulouse Lautrec frequentava o bas fond parisiense, Hemingway brigava nos bares, mas não era lá que perpetuavam pinturas e romances. Claro que a produção dos mais ilustres escoava via editoras, galerias, gravadoras, estações de rádio e tv e nos cinemas e teatros, mas não da forma massiva de hoje, que inclusive criou espaços pros desconhecidos.  A hoje dita mídia já existia, mas navegação era só termo náutico, pq a internet ainda não existia, esse mar navegável por todos e pra todos os destinos e calados de embarcações e profissionalismo ou amadorismo dos navegantes.



É indiscutível que o mundo, a vida, passaram a se subdividir em antes e depois da internet, para uma infinidade de coisas e isso inclui a arte e seus modos de pensá-la, produzi-la, divulgá-la. Hoje, o artista, cria quase que em tempo real, já que tem à mão chats, blogs, redes sociais, grupos de discussão, sites temáticos muitas vezes até segmentados dentro de um determinado tema.



Eu mesmo tenho canções minhas no myspace, escrevo este blog e sou membro de uma confraria virtual de poetas que não se restringe à virtualidade e pela internet tenho feito parcerias de interação entre artes com gravuristas, fotógrafos, compositores e mesmo poetas, em textos a 4 mãos e coletivos. O vídeo que divulgo aqui:  http://www.youtube.com/watch?v=RwY7bTSfqpc  com meus haicais e gravuras e animação de Ana Eliza Frazão,  é um exemplo de uma interação e sinergia entre diferentes formas de arte, perfeitamente possível via internet.



O que vejo de mais estimulante e proveitoso nessas interações e intervenções não individuais é que isso resulta em retroalimentação criativa pra cada um. Um simples desafio proposto num grupo de poetas, ou um parceiro novo que se vislumbra, pela afinidade estética que se revela, enriquece a produção de cada um e das parcerias, faz crescer a produção em quantidade e qualidade.



                           Texto de Jorge Ricardo Dias e nanquim e litogravura de Ana Eliza Frazão



                                                  Fotografia de Cláudia Jacobovitz



   

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Meta: morfoses

Recentemente postei minha trilogia de sonetos feitos com palavras monossílabas, que inicialmente não passava da pretensão de ser apenas um. Alguns leitores comentaram que, por eles, eu não pararia na trilogia, mas nunca cogitei de ir além. Mas sabe como é, a gente já sente a coceira da inquietação, um vício. E se aí ainda somos instigados, as Musas da Poesia que nos rondam se alvoroçam.

Consequência: a trilogia virou tetralogia. Mas eu não queria mais do mesmo, não teria muita graça e quis dessa vez não um soneto monossilábico “normal” como o soneto e os dois sonetilhos que compunham a trilogia, mas um com só duas sílabas métricas.

Como em certos casos menos é mais, isso se aplica também aos fazeres e suas artesanias e versos de apenas duas sílabas métricas, nem por isso são mais fáceis. Então nasceu um soneto “monodissílabo”. Esse pronto e o rato rói a mente... : quem faz um com duas sílabas, faz um com uma.  Um soneto, portanto, com os 14 versos que um soneto tem que ter, mas com apenas 14 palavras. E todas monossílabas. Quem sabe não é o menor soneto do mundo?                                                                                                                                          Quem faz uma tetralogia, faz uma pentalogia...



E eis então aqui os novos protagonistas não “oscarizáveis”, dois sonetrips, com visual de sonetripas.