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sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Da gratuidade dos sonhares

Morfeu é o deus dos sonhos. Nós, suas presas, somos primeiro sedados por seu filho Hypnos, deus do sono. É quando Morfeu entra em cena pra nos induzir a sonhar. Os serenos são premiados com sonhos bons e aos intranquilos restam os pesadelos.


Sono e sonho são fisiológicos, pra que o cérebro se autolimpe. Inconscientes, dormindo, sonhamos. Parte minúscula dessa viagem suprarreal vem à consciência quando acordamos e quando isso acontece, o nosso dia amanhece regado a café e pão com recheio de resquícios de sonho. Será por isso que aquele pão doce com creme se chama sonho?

Mas o sonho ampliou sua área de significado, passou a ser também devaneio, sonho acordado, acalentado, secreto ou assumido, idealização, foco num futuro que pode ser breve mas tende a ser distante. E até mesmo quando um sonho não chega a se realizar, ele pode efetivamente nos constituir, como se evidencia em lutadores por várias causas sociais que não chegaram ao final dos seus objetivos, mas deixaram um legado para seus seguidores e foram fonte de inspiração de sonhos coletivos.

O homem que não sonha assim é asceta ou cínico. Não aspira, não rompe seus limites, não se transforma e tende a não acreditar, vai se encolhendo pra permitir que o desencanto ocupe espaços cada vez maiores em si.

Começamos a sonhar com o que desejamos, o que queremos vir a ser, a ter, a viver, experienciar, conhecer, desde crianças. Muitos sonhos que se realizaram mudaram o mundo, a Humanidade, os rumos da Civilização e crenças foram revistas. Visionários, como Einstein, são tidos como loucos até que seus sonhos se concretizem. Até os cães sonham.

Como John Lennon em Imagine, somos movidos por sonhos desde os mais grandiosos aos mais ínfimos e particulares. Acalentar sonhos agrega sentido ao viver. Ajuda a olhar pra frente, fazer, refazer, inventar, inovar...e até escrever  fantasia, delírio, sonho, premonição, versos e sobretudo, humanidade.




                                                                                 
 

Um comentário:

  1. A ausência de sonhos, para além de nos tornar cínicos, certamente deixaria os caminhos da vida tristes e sem sentido. Sua prosa nos provoca a pensar e o poema, leve e belo, alimenta nossa alma. Muito bom, caro poeta!

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