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sábado, 9 de dezembro de 2017

Mel e fel


Nem toda água é potável. Mas nem todo tema é poetável? Existem temas espinhosos, mas uma vozinha sempre me diz: _Vai fundo que o mundo não é só júbilo e gozo e não são só de tijolos amarelos os trajetos. Não são só orquídeas e rosas mas também as insidiosas plantas que devoram insetos.


Pollyannas e Pollyannos preferem que as pedras não sejam arremessadas na plácida superfície do lago a revolver o lodo do fundo, mas se o profundo se faz raso, a razão é estrangulada pela emoção e daí se vai e se esvai o equilíbrio. Pensar fora da caixa é bom e bem-vindo, mas fora da caixa não é um cenário de peça infantil. Somos crianças adultas e nada de temáticas ocultas pra não causar abalos e não doer nos calos. Flor que é flor é pétala e espinho. Bebamos água mas também vinho. A vida, ávida, é mel e fel.


Promessas da razão

Todos os motivos pro cinismo
Toda pequenez na vastidão
Todos os atalhos pro abismo
Todos os cupins da corrosão

Todas as paixões e seus castigos
Todos os demônios no porão
Todos os covardes sem perigo
Todos os punhais da castração

Todos os desvãos do labirinto
Todos os desejos tão famintos
Todas as promessas da razão

Tudo assim no dito por não dito
Tudo que é póstumo e maldito

Tudo que era sim e agora é não


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